De acordo com os organizadores, todos os participantes receberam as duas doses da vacina contra a Covid-19 - o que possibilitou a realização do protesto, visto que indígenas fazem parte dos grupos mais vulneráveis à pandemia. Ainda foi estabelecido um protocolo sanitário com distanciamento social, máscaras e álcool em gel. A ação ocorreu de forma pacífica e simbólica, sem aglomerações ou idas aos órgãos públicos.
Edinei Arapuin, cacique do povo Arapuin, no Baixo Tapajós, explicou os riscos de massacre dos povos indígenas com a aprovação do PL 191. "Hoje seria um dia em que o Congresso Nacional estaria votando uma PL para liberação de mineração em terras indígenas. E a gente veio lutar contra isso para que, justamente, os nossos povos indígenas não sejam massacrados. Porque a partir do momento que a mineração for aprovada em terras indígenas, isso nos afetará diretamente, porque nós teremos que ser retirados para fazer a mineração do ouro e de qualquer outro minério que tiver de baixo da terra", disse.
Ele destacou ainda a necessidade de melhoria da saúde indígena durante a pandemia do Covid-19 e o retrocesso na educação. "A gente também veio lutar pela melhoria da saúde indígena. Nós temos uma secretaria especial de saúde indígena, que é a Sesai, e o governo traz indígenas que, muitas vezes, não representam a totalidade, para fazer uma comemoração de conquista, que, na verdade, é uma conquista de todos os indígenas. Assim também como o retrocesso na nossa educação. Temos poucas oportunidades nas universidades, e quando temos oportunidades, a gente é muito massacrado pelo preconceito, tanto dos alunos quanto dos servidores. Então, a gente tenta lutar por esses espaços, porque hoje nós não somos aquela imagem que foi criada, de que o indígena só tem que estar no mato. A gente pode estar em qualquer lugar e a gente vai lutar por isso até o final", reforçou.
Por: Thiago Vilarins (Da Sucursal Brasília)
Fonte: O Liberal
Nenhum comentário: 5c2iz
Postar um comentário 144a1v