Brasil Novo Notícias 5i3u56 PESQUISADORA AVALIA POLPA DE FRUTAS DA AMAZÔNIA

sexta-feira, 23 de junho de 2017 1z604w

PESQUISADORA AVALIA POLPA DE FRUTAS DA AMAZÔNIA 3w2p4b

Cinco frutas da Amazônia foram estudadas por uma pesquisadora da Unesp. “Estes frutos são amplamente consumidos na região Amazônica e possuem escassez de dados científicos”, diz a pesquisadora Fernanda Rosan Fortunato Seixas, que avaliou pela primeira vez as substâncias presentes nas polpas das frutas araçá-boi, abiu grande, araticum, biri-biri e mangostão amarelo.
Informações como os potenciais benéficos e de toxidade podem estimular não só o aproveitamento e a inserção destas frutas nas dietas tradicionais, mas também na formulação de novos produtos e no ganho dos pequenos produtores rurais da região que am a inserir estes produtos em mercados que exigem qualidade segura”, reforça Fernanda.
A tese de doutorado Frutas do bioma Amazônia: caracterização físico-química e efeito da ingestão sobre os parâmetros fisiológicos em ratos foi apresentado pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Ciência dos Alimentos do Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp de São José do Rio Preto, em São Paulo.
Fernanda escolheu estudar estes frutos porque eles são muito familiar à população que vive na região do Amazonas, porém, fora desta área, são pouco conhecidos. No seu estudo, ela analisou as características físico-química, potencial benéfico e toxidade das cinco frutas.
Os resultados deste estudo são muito promissores”, diz a orientadora da pesquisa, Natália Soares Janzantti, do Departamento de Engenharia e Tecnologia de Alimentos, da Unesp de Rio Preto. “A partir dos resultados deste trabalho, novos projetos estão sendo realizados por nosso grupo de pesquisa”.
De acordo com ela, a região amazônica apresenta uma grande diversidade frutífera, destas majoritariamente prevalece a escassez de dados técnicos científicos principalmente de caracterização química, potencial nutricional e de benefícios à saúde.
Benefícios ou toxidades
“Com exceção do biri-biri, todos os frutos apresentaram-se seguro para consumo humano”, alerta Fernanda, que também é professora do curso de nutrição da Faculdades Integradas de Cacoal (Unesc), em Rondônia, onde também foram realizados testes no biotério da instituição, com a colaboração da professora Bruna Kempfer Bassoli.

Para avaliar os benefícios e toxidades das cinco frutas, ela utilizou 60 ratos machos da linhagem Wistar albinos, adultos. Foram analisados os hematócrito total, leucócitos totais, glicemia, triglicerídeos e colesterol total, transaminase glutâmica oxalacética citoplasmática (TGO) e transaminase glutâmica pirúvica citoplasmática (TGP), uréia e creatina.
Os resultados apontaram que o a ingestão do araçá-boi pode ser utilizado para prevenção e tratamento de indivíduos com colesterol alto, pois seu consumo reduziu colesterol total nos ratos estudados.

O araticum mostrou redução significativa de leucócitos e aumento dos triacilgliceróis e uma tendência a reduzir a glicemia e aumentar o hematócrito e colesterol. “Comer araticum pode ser interessante para reverter quadros de anemia, porém sua ingestão por indivíduos imunodeprimidos (como cancêr) deve ser cauteloso, já que este fruto reduz a quantidade de leucócitos totais. O consumo contínuo e excessivo, pode ocasionar um desbalanço no metabolismo lipídico”, diz.
A ingestão de araticum ou de abiu beneficia principalmente em indivíduos com resposta imunes super ativas (alergias, inflamações e outras doenças auto imunes). O mangostão amarelo não apresentou alterações significativas nas análises: “O mangostão amarelo não é tóxico, porém não apresentou benefícios consideráveis”, ressalta a pesquisadora.
Um dos destaques da pesquisa é o biri-biri, que se apresentou uma fruta tóxica promovendo um aumento significativo de TGO, ocasionando danos hepáticos e indícios de danos renais em ratos, pela tendência ao aumento da uréia, não sendo seguro seu consumo principalmente por nefropatas. “Se alimentar de forma contínua de biri-biri pode causar danos renais e hepáticos. Seu consumo não é seguro principalmente por indivíduos com problemas renais”, explica.
Diagnóstico nutricional das frutas
Um outro ponto do estudo também analisado foi as características físico-química das frutas. Fernanda usou a parte comestível, a polpa do fruto, e realizou um levantamento da caracterização nutricional: que são os componentes e a quantidade de compostos no alimento como, sólidos solúveis, acidez total titulável, pH, açúcares redutores, açúcares não redutores e totais, ácido ascórbico, umidade, cinzas, lipídios, proteína, cor, atividade antioxidante e compostos fenólicos.

Entre os resultados, a polpa de araçá-boi foi caracterizada de coloração amarelada e opaca, ácida, com alto teor de umidade e baixos teores de açúcares, sólidos solúveis, cinzas e lipídios, com presença de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante.
A de abiu grande apresenta cor amarelada e opaca, levemente ácida, com alto teor de açúcares e sólidos solúveis e baixo teor de lipídios, ácido ascórbico, proteína, compostos fenólicos totais e de atividade antioxidante total.
O araticum traz cor amarelada e opaca e ácida, com alto teor de açúcares e umidade e, baixo teor lipídico, protéico, de ácido ascórbico e maiores valores de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante total quando comparado as outras polpas. O biri-biri com cor esverdeada e opaca, com baixo teor de acidez, lipídios, proteína e açúcares. Apresentou baixo teor de compostos fenólicos e atividade antioxidante.
A polpa de mangostão amarelo oferece cor amarelada e opaca, com baixo teor de acidez, teor de lipídios e proteína e, alto teor de umidade. A polpa apresentou teores médios de compostos fenólicos totais e atividade antioxidante.
O próximo o da pesquisa seria o teste em humanos, para comprovar os benefícios do consumo destes frutos, porém, a linha de pesquisa de Fernanda é específica para a caracterização nutricional e experimentos com animais. “Já iniciamos testes com outros frutos Amazônicos e esperamos encontrar também resultados importantes como os demonstrados neste estudo”, finaliza.

Maristela Garmes

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