
Goiano foi um dos primeiros a montar seu barraco na ocupação Nova Vitória, na cidade de Vitória do Xingu, interior do Pará. Desde outubro de 2012, ele vive no local com mais de mil famílias em luta pelo direito à moradia. Mas essa não foi a primeira vez que ele pisou lá: em 2008, Goiano foi um dos 33 trabalhadores escravos resgatados no local, antiga propriedade de Danilo Dâmaso, conhecida por “Laticínio”.
O bairro chamado Nova Vitória é formado por duas ocupações: uma nessa área do antigo Laticínio e outra em terreno da prefeitura. São os primeiros locais vistos por que chega a Vitória do Xingu pela PA-415, respectivamente dos lados esquerdo e direito da avenida principal. Quem chega a essa pequena cidade de pouco mais de 15 mil habitantes e vê as casas simples em meio à poeira não imagina a sorte grande que ela tirou: Vitória do Xingu é o município-sede da hidrelétrica de Belo Monte, para onde vão grande parte dos impostos da obra.
Enquanto Altamira vive o caos do inchaço populacional, a vizinha Vitória do Xingu recebe 91,65% de todo Imposto Sobre Serviço (ISS) pago por causa da construção da usina, uma vez que praticamente toda a área dos canteiros está em seu território. Isso dá um total de R$ 635 milhões ao longo do tempo de construção da hidrelétrica, ou cerca de R$ 5 milhões e R$ 10 milhões por mês, dependendo do ritmo da obra. Para comparar, a receita anual do município é R$ 16,6 milhões, dos quais R$ 15,9 milhões são recursos federais.
A população, porém, não vê para onde está indo esse dinheiro. Vê que a cidade se transformou num grande canteiro de obras, porém de qualidade questionável e com aparência de falta de planejamento, por parte da prefeitura.
A moradora Margarida, por exemplo, ficou feliz ao ver que sua rua seria asfaltada. Porém, logo se decepcionou com o resultado. “Já terminou, é só isso">O Xingu Com informações do MAB
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