Primeiro
pontífice latino-americano tinha 88 anos
 |
| Foto: © NUNO VEIGA/POOL/AGÊNCIA LUSA |
Morreu
hoje, às 2h35 (horário de Brasília), 7h35 pelo horário local, em Roma, o Papa
Francisco. Ele tinha 88 anos.
A
saúde do papa se tornou frágil nos últimos anos, especialmente em decorrência
de crises prolongadas de bronquite. Na juventude, Francisco teve parte de um
pulmão removido.
A
locomoção do pontífice também estava limitada devido a dores no joelho. Ele
ainda enfrentava problemas abdominais causados por uma diverticulite.
Jorge
Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, em 17 de dezembro de 1936. Filho de
imigrantes italianos, formou-se técnico em química, mas escolheu o sacerdócio.
Aos 19 anos, entrou no noviciado da Companhia de Jesus.
Foi
oficialmente ordenado sacerdote em 1969, e finalizou seu preparo religioso na
Espanha, nos anos seguintes. Francisco foi arcebispo da capital de seu país por
15 anos, período em que celebrou missas na Catedral Metropolitana de Buenos
Aires.
Primeiro
a escolher o nome Francisco entre os 226 pontífices dos quase 2 mil anos do
trono de São Pedro, foi visto por muitos, ao longo de quase 12 anos de
pontificado, como o papa jesuíta de coração franciscano.
Com
estilo próprio, simples, rompeu com a tradição de uso de vestimentas com
bordados dourados e veludos suntuosos. Também dispensou a limusine como
papamóvel e escolheu viver na Casa Santa Marta, uma residência mais simples que
o apartamento papal no Palácio Apostólico.
Em
seu primeiro discurso na Praça de São Pedro, logo após ter sido escolhido na
quinta votação do conclave, o então cardeal argentino falou com humor, a uma
multidão de fiéis, sobre o fato de ter sido eleito o primeiro papa
latino-americano.
Era
13 de março de 2013. Francisco foi eleito após a renúncia do papa Bento XVI,
que afirmou, naquele mesmo ano, não ter mais forças físicas para continuar no
ministério, por conta da idade avançada. O papa emérito morreu, em 2022, aos 95
anos.
Papa
Francisco frequentemente divulgava mensagens chamando atenção para as pessoas
mais carentes. No fim do ano ado, na celebração do Dia Mundial dos Pobres,
falou daqueles que costumam virar às costas para essa parcela da população.
A
primeira viagem do Papa Francisco foi ao Brasil, em julho de 2013, para a
Jornada Mundial da Juventude. O pontífice, que era apaixonado por futebol e
torcedor fervoroso do San Lorenzo, deixou uma mensagem afetuosa aos brasileiros.
Em
agosto de 2024, fez sua maior viagem internacional por países do sudeste da
Ásia, para pedir uma ação global sobre mudanças climáticas.
Outra
manifestação recente na esfera das relações internacionais foi sobre a política
de imigração do presidente Donald Trump, duramente criticada em carta aberta
incomum enviada aos bispos católicos dos Estados Unidos.
Quanto
a avanços na igreja, em janeiro deste ano, nomeou a primeira mulher para
liderar um importante departamento do Vaticano, a irmã Simona Brambilla.
Recentemente, o Vaticano aprovou diretrizes que permitem que homens gays se
tornem padres, desde que sejam celibatários.
Os
escândalos em todo o mundo envolvendo casos de abuso sexual contra menores
cometidos por clérigos esteve muitas vezes no discurso do papa Francisco. O
assunto, para ele, deveria ser visto com vergonha pela Igreja, que deve buscar
o perdão das vítimas por esse flagelo.
A
primeira autobiografia publicada por um papa chegou às livrarias brasileiras no
início de fevereiro. A ideia era que a obra Esperança, livro de Francisco
escrito a partir de depoimentos dados ao editor Carlo Musso, de 2019 a 2024,
fosse publicado somente após a morte do religioso.
Por:
Daniela Longuinho/Rádio Nacional
Fonte:
Rádio Agência Nacional
